Roteiros _ dicas de como criar um...

E aê pessoal! Abri esse tópico para agrupar conhecimentos sobre criação de roteiros, talvez com mais informação vejamos mais roteiros pulando por aqui! Se alguém sabe como fazer (detalhes técnicos como o que seria um painel americano, etc...) e quer compartilhar, ou conhece algum link para quem sabe, por favor post aqui!

Este tópico promete muita coisa boa.
O site Roteiro de Cinema - Manuais on Line, tem o livro COMO ESCREVER UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS de Gian Danton (talvez você já o conheça, talvez não) que pode ser baixado gratuitamente (acabei de fazer isso). Assuntos como o plano americano, plano médio, etc, são tratados ali.
Agora... Talvez alguém queira bater em mim por isso, mas eu acredito piamente que o roteiro é muito mais importante que o desenho. Uma obra com um desenho fraco pode muito bem ser sustentada pelo roteirista. Sandman é um exemplo típico. O contrário é mais raro. Cito o Wildcats e o Cyberforce da Image (falo do que li anos atrás, não sei se as historietas melhoraram), os desenhos eram maravilhosos e as histórias eram vazias, verdadeiramente chatas. Algunas personagens por sua vez eram cópias descaradas do material da Marvel. Faltou criatividade. Faltou roteirista.
Flash Gordon sofria do mesmo mal, mas os desenhos de Alex Raymond era tão bem feitos, que ele pode ser citado como um dos casos raros em que o desenho faz toda a diferença.

Valeu Tonon, pela dica. Eu ainda não conhecia o livro, mas vou conferir!
Quanto ao esquema de roteiro e desenho eu não sei não... as vezes a arte fica tão ruim que desanima, e as vezes ela é tão boa que mesmo não gostando da história eu acompanho. (mas isso deve ser pq eu sou fissurado na arte, então mesmo se a história for ruim eu contemplo a arte...) Tipo, os desenhos que o André Vázios fez para a Lua dos Dragões do Marcelo Cassaro ficaram tão bons, que mesmo não gostando da história eu continuei comprando! Ficou uma obra de arte. Já uma série que lançaram nos eu de Silent Hill tinha um desenho tão tosco, que mesmo baixando de graça eu não tive saco pra passar do 1!

Cara eu devia fazer um fanzine de Silent Hill... adoro aquele game!

Vou repensar com cuidado a minha posição.
Mas você acha que o desenho tem o mesmo impacto numa história curta, que numa história longa?
Estive revendo revistas antigas como Kripta, Spectro, Fetiche, Shock (eu sei, todas de terror) e notei que as histórias giravam em torno de 8 páginas. Em narrativas tão curtas, o desenho teria a mesma importância que tem numa série longa, tipo supe-herói, ou a história se imporia, prendendo a nossa atenção apesar das limitações do desenhista?

Aê Tonon, peguei o livro e é tudo que eu precisava. Valeu mesmo. Quanto a pergunta eu acho que faz diferença sim o quão grande é a história. As vezes a arte impressiona, mas logo vc saca o traço e o estilo do desenhista, e então o que resta para te interessar é a profundidade do enredo e personagens. Já vi histórias curtas mas muito interessantes de traço, mas se elas fossem muito longas logo não teria mais novidades nas páginas seguintes pq vc já saberia o que esperar daquele desenhista, infelizmente quando o traço é bom a história acaba sendo curta, pq fazer um desenho bem feito demora pacas! Um cara uma vez escreveu em um blog de quadrinhos que a revista Soldado Desconhecido era muito boa, o desenho era bem feito e chamativo... no fim, uma das piores coisas que já li! Com um enredo mais que fraco e 100% baseado naquele patriotismo doente americano. A única coisa interessante foi o policial conversando com a parceira morta como se ela fosse uma espécie de assombração psicológica dele... seria ótimo se Frank Miller já não tivesse feito isso em The Big Fat Kill! Tosco e chupinha... e não tem arte que salve algo assim!

Beleza DZA. É bom saber que o livro está sendo útil.
Agora... Você não gostou do Soldado Desconhecido?
Putz! Eu amei o Soldado Desconhecido! Tenho os dois exemplares guardados até hoje.
Talvez você não goste do Garth Ennis, e eu admito que ele muitas vezes é indigesto. Você já leu Santo dos Assassinos? Só com meio quilo de bicarbonato para digerir aquela história. E Preacher, então? A linguagem chula corre solta, numa boa, a violência é fora do normal e a religião é atacada de maneira assustadora até para mim.
Um abraço.

Olá DZA e Tonon,

O manual do Gian Danton é muito esclarecedor. Vale a pena conferir.

Quanto a importancia do roteirista e do desenhista, acredito que são 50% pra cada. Afinal o roteiro é que dá sentido as ilustrações e a tranformam em uma HQ. Já os desenhos seqüenciais são o que dão a um roteiro o estatus de HQ. Um complementa o outro e vice versa. O escritor e o desenhista são os contadores de histórias de uma história em quadrinho. Agora quando um dos dois é muito ruim, o outro tem que ser incrivelmente bom para compensar e salvar uma HQ. É uma pergunta difícil mesmo

Agora, Garth Ennis é fera, meu! Roteirista de mão cheia!

Deixa eu dar minha opinião ao assunto também.

Tem um livro do Alan Moore (li apenas um trecho dele, enviado pelo grande amigo, Carlos Brandino) e foi o suficiente para perceber a impotância do roteirista que consegue 'visualizar' as páginas. O desenhista tem o dom de deixar toda a narrativa gráfica mais charmosa - um excelente exemplo é Frank Quitely que usa e abusa desse método.

Acho que 50% só é usado quando roteirista e desenhista podem conversar pessoalmente. Fora isso, o roteirista precisa passar suas impressões (como se estivesse escrevendo um livro) senão o artista jamais conseguirá captar a mensagem.

Em relação a Garth Ennis, ele é realmente um dos melhores. Li The Pro e posso dizer que é muito fantástico. E ele realmente ODEIA super-herois.

Finalizando, eu não sei o nome do livro escrito pelo Moore, mas ele foi publicado no Brasil - acho até que pela Conrad.

Abraço!!